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Alunos de Telecomunicações desenvolvem aparelho inovador para testar cabos de redes

TECNOLOGIA

Equipamento conta com funcionalidades não encontradas em produtos similares no mercado
publicado: 12/07/2017 10h36, última modificação: 12/07/2017 10h36

A segunda-feira (17) marca o retorno das aulas no câmpus Pelotas. E para começar um novo semestre letivo, nada melhor do que histórias inspiradoras para dar aquela injeção de motivação aos estudantes que iniciarão sua trajetória no IFSul. Uma dessas histórias vem do curso técnico em Telecomunicações, onde um grupo de cinco alunos criou um aparelho inovador que está dando o que falar.

O projeto dos estudantes Éverton Feijó, Fredy Benites, Juliana Soares, Lucas Moura e Marcos Del Ponte foi desenvolvido na disciplina Redes de Faixa Larga (RFL), ministrada pelo professor Edgar Mattarredona. Orientados pelo professor André Rodeghiero, os estudantes do 4º semestre criaram um equipamento portátil capaz de realizar testes elétricos em cabos de redes que utilizam o padrão Ethernet. Batizado de µTester, o projeto utiliza a tecnologia de microcontroladores PIC e tem como objetivo examinar as condições dos cabos de redes de computadores, novos ou instalados, auxiliando a operação e manutenção de redes locais.

Após quase dois meses de muito trabalho, depois de pronto, o aparelho acabou superando todas as expectativas, tanto que, no mercado, não há, segundo os estudantes, equipamento similar que disponha das mesmas funcionalidades. Para se ter uma ideia, a invenção do quinteto tem entre seus diferenciais um visor LCD, onde aparecem informações sobre tipos de cabos e mensagens de possíveis erros. Outra sacada foi preparar o aparelho para emitir sinais sonoros, indicando se está tudo certo ou se foram detectados erros durante a operação.

Não contente, o grupo ainda criou um manual do usuário e uma embalagem personalizada para o µTester, o novo queridinho do curso técnico em Telecomunicações, além de um blog para registrar todos as fases de desenvolvimento do projeto. Após a apresentação da novidade para uma banca de avaliadores, o aparelho foi doado ao curso para que outros alunos possam utilizá-lo e, também, aperfeiçoá-lo.

“Ao propor um projeto de ensino baseado na aprendizagem ativa, tínhamos a intenção de oportunizar aos alunos uma atividade teórica e prática que valorizasse o trabalho de equipe e possibilitasse a concepção de um produto inovador com características de interdisciplinaridade”, conta Edgar Mattarredona, professor da disciplina de RFL.

Primeiro emprego

Sabe aquela história de motivação que falamos lá no início da matéria? Então, ninguém melhor do que Lucas Moura, um dos integrantes do quinteto de inventores, para mostrar que com foco e dedicação é possível chegar longe. O estudante de 21 anos ainda comemorava a repercussão positiva do µTester quando foi surpreendido pela notícia de que uma empresa de Curitiba, com filial em Canoas (RS), iria contratá-lo para ser o mais novo técnico em telecomunicações de seu quadro de funcionários. Será o seu primeiro emprego, e ele começa a trabalhar já na segunda-feira (17), data em que muitos novatos iniciarão a sua jornada acadêmica no IFSul.

“Para aqueles alunos que estão iniciando no instituto, minha dica é: procurem estudar bastante e buscar o conhecimento também fora da sala de aula. Para mim, esta foi a receita do sucesso”, orienta Lucas, que sempre foi um fascinado por tecnologia e escolheu o curso técnico em Telecomunicações pela curiosidade e facilidade que tem em “desmontar e montar as coisas”.

“Fazia muito isso com os eletrodomésticos lá de casa. Se alguma coisa não funciona direito, lá estava eu para consertar”, brinca.

Lugar de mulher é...

Juliana Soares, 21 anos, é a única mulher do grupo idealizador do µTester. Mas nem por isso ela teve vida fácil nesses quase dois meses de trabalho. Pelo contrário. Dividiu com os meninos as mesmas responsabilidades, tarefas e o sucesso pelo desenvolvimento do aparelho, considerado uma inovação tecnológica pelos professores do curso. Realizada com a conquista, ela acredita que o exemplo dela pode servir de inspiração a outras meninas que estão ingressando agora na Telecomunicações ou em outros cursos do câmpus.

“Essa história de que o curso tal não é para mulher, mulher não pode fazer isso ou aquilo, é uma bobagem sem tamanho. Lugar de mulher é onde ela quiser, basta se dedicar e buscar a qualificação necessária para realizar aquilo que almeja”, dispara Juliana, que se diz apta a encarar qualquer desafio da profissão, até mesmo escalar antenas com altura capaz de colocar pavor em muita gente.