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Mostrarob abre programação com apresentações de projetos de estudantes do 6º ao 9º ano

CIÊNCIA E TECNOLOGIA

Primeiro dia contou com a participação de 50 trabalhos de escolas de Pelotas e de outras cidades gaúchas. Evento segue até sexta (13)
publicado: 11/09/2019 18h12, última modificação: 11/09/2019 18h20

Nem mesmo a chuva insistente desta quarta-feira (11) tirou o brilho da abertura oficial da 8ª Mostra Nacional de Educação, Ciência e Tecnologia (Mostrarob) do câmpus Pelotas. No primeiro dia de atividades do evento, estudantes do 6º ao 9º ano, de escolas públicas e privadas gaúchas, apresentaram seus projetos e pesquisas nas áreas de ciências da natureza; ciências humanas e sociais; linguagens e artes; e matemática. Ao todo, 50 trabalhos foram inscritos nesta categoria exclusiva para o ensino fundamental.

Com o saguão do câmpus Pelotas lotado, o dia começou agitado desde o início da manhã, com a chegada dos expositores e do público visitante. Muitos estudantes inscritos participavam pela primeira vez de uma Mostrarob, mas nem por isso sucumbiram à pressão e mostraram desenvoltura e conhecimento teórico durante a apresentação de seus projetos.

Biatrice Cantaluppi, 14 anos, era uma das estreantes no evento. Para sua primeira participação, trouxe ao câmpus Pelotas o projeto de um canudinho biodegradável, confeccionado à base de nanofibrila de celulose e cola atóxica. A ideia surgiu durante uma aula de ciências na escola La Salle Pelotas, cujo tema havia sido a aprovação de uma lei no município que proíbe os estabelecimentos de fornecerem canudos plásticos.

“Fui pesquisar mais para poder apresentar algo e me deparei com um vídeo que ficou muito popular na internet, no qual biólogos tentam retirar um canudo plástico de dentro da narina de uma tartaruga marinha. Isso mexeu muito comigo, aí resolvi pesquisar alternativas”, conta a estudante do 8º ano.

Com a ajuda do professor Vinícius Vargas, Biatrice conseguiu chegar a um canudinho de celulose insolúvel em água e menos impactante ao meio ambiente. Para o desenvolvimento do projeto, ela contou com apoio de um professor da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que disponibilizou a celulose e a máquina utilizada para fazer a extração da nanofibrila, que posteriormente é moldada em um canudo de vidro para ganhar o formato final.

O “Celudinho”, como foi batizado o projeto, foi apresentado pela primeira vez em uma feira em Minas Gerais. Conforme Biatrice, outras ideias estão surgindo para incrementar o experimento. Uma delas, já testada com sucesso, é a adição de anilina para dar cor ao canudinho, sem alteração nas propriedades físico-químicas.

“A Mostrarob é uma mostra que incentiva muito os estudantes a apresentarem suas pesquisas em diversas áreas. Acho muito legal mostrar pra sociedade que a gente pode ter uma ideia bacana e ajudar a mudar pra melhor o mundo em que vivemos”, destaca a estudante, que pretende se formar em Odontologia e seguir na carreira docente, como pesquisadora.

Inclusão

Criatividade e muita diversidade deram o tom no primeiro dia da Mostrarob 2019. Foram 50 projetos inscritos nas áreas de ciências da natureza; ciências humanas e sociais; linguagens e artes; e matemática. Todos eles primando pelo rigor metodológico e por uma apresentação impecável diante da banca de avaliação.

Apesar no nervosismo inicial, o trio Julia Pinho, 13, Anna Clara Fernandes, 14, e Gabriela Tavares, 13, conseguiu driblar bem a ansiedade da estreia em um evento científico e tecnológico. As estudantes do 8º ano do Colégio São José, de Pelotas, chamaram a atenção dos visitantes ao apresentarem o protótipo de uma pulseira inteligente que conta histórias para crianças com deficiência visual, ainda não alfabetizadas em braile. Um projeto de inclusão que surgiu durante uma aula de física.

“Com essa pulseira, as crianças podem utilizá-la de duas formas: gravando as histórias contadas por elas mesmas ou aprendendo por meio da leitura de livros em braile. Esta proposta, além de oportunizar esta experiência às crianças deficientes visuais, vai também auxiliá-las a desenvolverem a audição e se sentirem incluídas no espaço da literatura”, explicam.

As alunas contam que a pulseira é simples, feita de tecido. A grande sacada é a placa tecnológica utilizada para a programação, capaz de ler sensores presentes em cada uma das páginas do livro. O som pode ser reproduzido tanto em autofalantes como em fones de ouvido.

“Aproveitamos as aulas de programação que temos na grade curricular do nosso colégio para alavancar a ideia, junto com conhecimentos de robótica passados pela nossa professora e orientadora e o auxílio de um programa chamado Scratch”, contam.

Felizes com os elogios ao projeto e tudo o que foi desenvolvido até agora, Julia, Anna Clara e Gabriela esperam, através da pesquisa, contribuir significativamente para a inclusão de crianças cegas, de uma forma mais humana, prática e lúdica.

A programação oficial da Mostrarob segue nesta quinta (11) e sexta-feira (12), desta vez voltada à exposição técnico-científica de estudantes dos níveis médio e/ou técnico, superior e pós-graduação, e também às competições de robótica.

Premiação

A cerimônia de premiação da Mostrarob 2019, - com exceção da Exposição Técnico-científica para o ensino fundamental, que ocorre já na quarta-feira, às 19h -, está marcada para sexta-feira (13), às 20h, no auditório Enilda Feistauer do câmpus Pelotas.

Juntamente com os melhores de cada categoria, os organizadores entregarão ainda os prêmios “Teodolito”, para os projetos da categoria Exposição Técnico-científica que se destacarem este ano, e “Luís Artur Borges Pereira”, para projetos desta mesma categoria, só que na área da educação. Esse último está sendo concedido pelo segundo ano consecutivo e é uma homenagem ao servidor Luís Artur Borges Pereira, do câmpus Pelotas, que morreu em abril do ano passado, vítima de um infarto.

A Mostrarob 2019 conta, ao todo, com sete categorias, duas específicas para projetos e pesquisas em diversas áreas do conhecimento e cinco destinadas a competições de robótica.

Origem

Idealizada em 2011 por integrantes do LAB 14 - Laboratório de Pesquisa e Desenvolvimento de Projetos do IFSul/câmpus Pelotas, a Mostrarob surgiu como uma competição de robótica, o que explica a origem de seu nome. Entretanto, o evento não está confinado apenas a provas envolvendo robôs. Por conta do crescimento verificado ano após ano, foi se expandindo, tendo em vista a busca por congregar inúmeras áreas de conhecimento presentes nas instituições de ensino, e atualmente conta com categorias que destacam a pesquisa e o desenvolvimento de projetos.

O principal objetivo da Mostrarob é aproximar os conhecimentos teóricos à prática, estimulando a criatividade e o raciocínio lógico dos estudantes, a fim de incentivar o pensamento científico, por meio do desenvolvimento de projetos e, por consequência, propagar a importância do investimento em pesquisa nas instituições de ensino como fator determinante para a evolução econômica, tecnológica e social do país.

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