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Professor desenvolve ferramentas inovadoras para disciplina de geometria analítica

ENSINO

Objetivo é conectar a matemática e a física com situações reais, facilitando o aprendizado
publicado: 29/11/2019 18h45, última modificação: 09/01/2020 10h18

Buscando auxiliar no desenvolvimento de conceitos básicos da geometria, o professor Gilmar de Oliveira Gomes desenvolveu ferramentas de ensino inovadoras, facilitando o aprendizado dos alunos. Empregados na disciplina de geometria analítica, ofertada aos cursos de engenharia química e elétrica, os protótipos ainda estão sendo testados em situações pontuais dentro da sala de aula e tem como principal finalidade conectar a matemática e a física com situações reais. 

A motivação para a iniciativa veio das dificuldades percebidas pelo professor durante a disciplina, como a insuficiência de conhecimentos básicos, a transição entre o ensino médio e superior e a necessidade de estabelecer uma escolha profissional. Além disso, Gilmar destaca a situação de desistência, evasão e reprovação divulgada em artigos científicos, que analisam o ensino de engenharia em todo o país, retratando a assimetria entre o ensino da matemática e outras disciplinas.

Assim, em 2018 iniciou um projeto de ensino com o intuito de construir equipamentos didáticos para o recém criado Laboratório de Estatística, além de organizar um Laboratório de Ensino de Matemática. Buscando a viabilização desse espaço físico, em 2019 conseguiu a liberação de uma sala e iniciou os primeiros passos concretos do projeto. 

“Atualmente estou empenhado em estudar as potencialidades educativas dos equipamentos construídos até aqui, em sua maioria protótipos, para posteriormente buscar financiamento e replicá-los, a fim de proporcionar acesso ao maior número possível de alunos”, destaca.

A criação e desenvolvimento dos equipamentos contaram com a contribuição da equipe do Departamento de Manutenção e Estrutura (Deme) e suas instalações. Mas o processo foi difícil e esbarrou em limitações financeiras para aquisição de suplementos, necessários para a construção dos protótipos e compra de equipamentos já existentes. Além disso, também foram necessários recursos para a elaboração de réplicas, a fim de possibilitar pequenos grupos de alunos a desfrutar das oportunidades de aprender fazendo, desenvolvendo a criatividade e o espírito científico e desmistificando o medo de errar.

Sem muito tempo livre para se dedicar aos estudos em casa, por conta de conciliar o curso com o trabalho, o aluno Vilson Rudinei Becker Junior, do 3º semestre de engenharia elétrica, conta que a nova dinâmica tornou o aprendizado em sala de aula mais fácil e descontraído. Para ele, as ferramentas, que mostram os traços de parábolas, elipses e hipérboles, representam o conteúdo na prática, comprovando com a álgebra todas as fórmulas da matéria de geometria analítica.

“Meu objeto favorito era a tábua utilizada para representar o conceito de vetor, conteúdo que serve de auxílio para boa parte dos estudos. Com dois ou três vetores era possível ver toda comprovação algébrica na prática, apenas movendo eles para o exemplo que seria estudado”, explica.

Recentemente, o professor criou também um projeto de ensino, que pretende produzir sequências didáticas para serem testadas em turma piloto. O trabalho será baseado na teoria da Matemática no Contexto das Ciências (MCC), desenvolvida por Patrícia Camarena a partir de 1982, no Instituto politécnico do México. Com o objetivo de refletir a respeito do ensino de Matemática em cursos de Engenharia, a teoria se fundamenta em três paradigmas: a matemática é uma ferramenta de apoio e disciplina formativa; a matemática tem uma função específica no nível universitário; e os conhecimentos nascem integrados.

“O intuito é que os professores interessados em utilizar esses equipamentos em suas aulas disponham das sequências didáticas associadas às ferramentas, estabelecendo em quais situações seria mais adequada a sua utilização”, finaliza Gilmar.