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Professor implanta metodologia inovadora para disciplina do curso de engenharia química

GRADUAÇÃO

Ofertada pela primeira vez em 2018, “Projeto na indústria química” aproxima alunos de profissionais da área e da realidade do mercado de trabalho
publicado: 04/09/2019 10h15, última modificação: 04/09/2019 10h15

Colocar em prática todo o conteúdo abordado ao longo da graduação. Este foi o objetivo que motivou o professor da engenharia química, Diego Gil, a introduzir uma metodologia inovadora na disciplina “Projeto na indústria química”. Ofertada pela primeira vez em 2018, por meio de videoconferências internacionais com profissionais da indústria, o docente ofereceu aos estudantes o primeiro contato com o mercado de trabalho.

“A possibilidade de colocar os alunos em contato com profissionais da indústria que coordenam e desenvolvem projetos em diferentes áreas e empresas foi o que motivou a ideia”, destaca o professor.

O desafio proposto foi o de utilizar os relatos feitos pelos profissionais para desenvolver um projeto em uma indústria química. “Nos projetos propostos foi apresentada uma solicitação de estudo da ampliação de unidades fabris teoricamente já existentes”, destaca Diego. No grupo de 2018, foi avaliada a viabilidade técnica da implantação de uma indústria produtora de doce de leite, enquanto que em 2019 a ideia foi desenvolvida em torno de uma unidade produtora de leite em pó.

Para os alunos, a oportunidade trouxe uma nova rede de contatos. Participar de conversas que introduziam questões de mercado, gerenciamento de projetos e outros assuntos que não eram aprofundados em sala de aula foi um grande desafio. “Buscamos novos conhecimentos e novas áreas durante o projeto, que nos fez tomar decisões, errar e mudar diversas vezes”, destaca Daniele Sampaio, aluna do último semestre do curso.

Durante a elaboração do projeto, os alunos foram divididos em grupos e deveriam indicar um gerente, responsável por distribuir as tarefas e coordenar o projeto. Inicialmente, os integrantes foram apresentados à metodologia de gerenciamento de projetos do Pmbok, conjunto de conhecimentos em gerenciamento de projetos, e precisaram efetuar o cronograma para elaboração das atividades.

Istefâni Borges, que participou da disciplina no ano passado, conta que os alunos eram tratados como engenheiros durante todo o processo, situação que exigiu uma postura profissional diferente do que estavam acostumados em um trabalho acadêmico. “Em grande parte das conversas com o professor, saíamos com mais possibilidades do que respostas. Isso nos instigou a aperfeiçoar cada vez mais nosso trabalho”, afirma. Hoje, Borges é engenheiro químico na Ecocell, empresa especializada em consultoria e projetos na área ambiental.

A dinâmica do trabalho exigia que os acadêmicos realizassem um estudo do mercado alvo, seguido da definição da planta industrial com a localização, infraestrutura, área física, definição do processo produtivo, capacidade e dimensionamento de equipamentos. Além disso, também foi necessário informar a tecnologia utilizada, fluxo de produção e layout, características técnicas, disponibilidade de matérias-primas, insumos necessários e programa de produção para os três primeiros anos.

Para auxiliar os alunos nessa trajetória, a primeira turma contou com videoconferências com os engenheiros Evandro Abreu de Souza, diretor de pessoas e desempenho de operações globais da Kraft Heinz Company, da Holanda; e Gonzalo Esposto, vice-presidente da Costumer Development, de São Paulo. Este ano, o engenheiro Luis Otavio Fernandes, gestor de pesquisa do Hospital São Rafael, de Salvador (BA), foi o convidado. Junto a ele, Abreu de Souza compartilhou novamente suas experiências com a turma.

Além das videoconferências, o professor convida os alunos a realizarem visitas técnicas, direcionadas ao conhecimento dos processos e unidades fabris. Em 2018, a turma teve a oportunidade de conhecer a unidade de produção de doce de leite da Pomerano, localizada em São Lourenço do Sul (RS). Este ano, a visita ocorreu na unidade de produção de leite em pó da Cosulati, no Capão do Leão (RS).

“Os alunos puderam ampliar seu conhecimento com a ajuda de pessoas que estão inseridas no mercado, além de aumentar sua rede de contatos profissional” afirma Diego Gil.

Encerrando a experiência, os alunos apresentaram o projeto desenvolvido para uma banca de avaliadores. Os profissionais da banca foram escolhidos em decorrência de suas experiências e como poderiam contribuir com a formação dos alunos. Istefâni Borges conta que, no primeiro momento, o grupo do qual participava foi questionado em diversos aspectos, sendo surpreendido por uma abordagem diferente do que estavam acostumados em sala de aula. “Aproveitamos a oportunidade para entender o que os profissionais exigem de um projeto de engenharia. Foi uma experiência que levarei por toda a vida”, acrescenta.