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Futsal feminino é destaque nos Jepel 2018

ESPORTE

Ainda em processo de formação, equipe do câmpus Pelotas conquistou o primeiro turno e o vice-campeonato na competição
publicado: 08/06/2018 10h20, última modificação: 08/06/2018 10h27

A equipe feminina juvenil de futsal do câmpus Pelotas é vice-campeã dos Jogos Escolares de Pelotas (Jepel). As meninas comandadas pela professora Márcia Guimarães perderam a final para o câmpus Pelotas-Visconde da Graça (Cavg), também do IFSul, por 1 a 0. Apesar do revés no último jogo, o segundo lugar corou um time em formação e que ainda deve dar muitas alegrias em quadra.

Nos Jepel, o melhor resultado do futsal feminino juvenil do câmpus Pelotas foi a conquista do campeonato em 2015. Na edição 2018, foram cinco jogos, oito gols marcados, seis sofridos e o título de campeão do primeiro turno. Nada mal para um time que está jogando junto há pouco mais de seis meses e que, passo a passo, vai se familiarizando com o lado mais frio e, ao mesmo tempo, apaixonante da tática e das estratégias do jogo jogado.

“A equipe está em processo inicial de fundamentos táticos. A maioria das meninas traz uma vivência de jogo lúdico, por diversão. Aos poucos, temos tentado introduzir os sistemas 2x2 e 3x1. Dependendo do jogo, temos colocado, além da goleira, duas meninas com características mais defensivas e duas com características mais ofensivas. Quando o jogo apresenta-se mais tranquilo, adiantamos as duas alas para construírem jogadas de ataque com a pivô e deixamos apenas uma (fixa) mais recuada.  Nossa meta é, até o final do ano, conseguir que as atletas se acostumem a não guardar posição definida, ou seja, todas passarem pelas posições, defensivas e ofensivas, variando de acordo com as necessidades do jogo”, explica a técnica Márcia Guimarães.

Para conquistar o padrão desejado, a comandante ministra dois treinos semanais, um só de coletivo e outro voltado a fundamentos técnicos; jogadas ensaiadas; saída de bola; cobranças de arremessos laterais, de meta e de canto; tiros livres e penalidades. Até o final do ano, o grupo tem uma agenda cheia, oportunidade para colocar em prática tudo aquilo que foi trabalhado em quadra.

“A próxima competição é os JIF (Jogos dos Institutos Federais), fase intercâmpus, agendada para este mês, aqui em Pelotas. Nessa competição, o ano de nascimento exigido é 1999, e nós temos duas jogadoras de 1999, às demais nasceram a partir de 2001, mas vão participar, já que quanto mais experiência melhor para a nossa equipe, que está em processo de formação. Caso tenhamos sucesso nessa etapa dos JIF, tem ainda a fase sul-brasileira e a nacional (caso obtenha classificação na sul-brasileira). No final do ano, temos ainda os Jogos Intermunicipais da Primavera (Jimp), em Rosário do Sul, para as nascidas em 2001”, detalha.

Revelando talentos

A ala Isis Corvello, 17, nunca aceitou muito bem a forma que alguns professores lá da sua infância separavam as modalidades esportivas nas aulas de educação física: futebol era para meninos; queimada, para as gurias. Incomodada, insistiu inúmeras vezes até a mãe, a Dona Clésia, ceder e liberá-la para um peneirão do Esporte Clube Pelotas. Deu certo.

“Foi aí que tudo começou. Eu tinha 13, 14 anos. Fui aprovada e fiquei por duas temporadas no futebol de campo do Pelotas (2015 e 2016). O campo foi a minha base. Fiz o caminho inverso de muitos atletas, que começam primeiro no futsal para depois ir para o futebol de campo”, conta a estudante do curso técnico em design de interiores.

Quando ingressou no IFSul/câmpus Pelotas, ouviu de uma colega que a equipe de futsal estava inscrevendo atletas para os Jepel 2016. Assim como lá no peneirão, Isis tomou a iniciativa, se apresentou e logo foi aceita para integrar a equipe da escola.

“Foi uma experiência muito importante pra mim. Imagina uma recém-chegada ao grupo e, de cara, um terceiro lugar no Jepel”, lembra ela, com um sorrisão no rosto.

De acordo com a técnica Márcia Guimarães, Isis se destaca pela qualidade técnica. Entre as principais características da ala de 17 anos está a movimentação em quadra para buscar o jogo e interligar as posições.

“Me espelho muito na Formiga, ex-meia da seleção brasileira de futebol feminino. Tudo que ela faz, faz bem e com muita humildade”, destaca Isis, que pensa em fazer um intercâmbio em uma universidade que lhe conceda uma bolsa de estudos para que possa conciliar a faculdade com o esporte. Ela planeja cursar arquitetura e não quer se afastar de jeito nenhum do futsal, seu remédio com o baixo-astral.

Exemplo para o grupo

No grupo das 12 atletas que integram a atual equipe feminina juvenil de futsal, a liderança tem nome, sobrenome e até apelido: Maria Eduarda Duarte, a Duda. A fixa de 17 anos é uma referência para o time, característica que carrega desde novinha.

 “Minha mãe diz que desde pequena tenho o espírito de líder, é uma coisa natural. Acho importante ter uma peça assim no grupo, eu sou tímida, mas com o passar do tempo, fui perdendo um pouco a timidez e gosto de estar ali para apoiar e ajudar minhas colegas, principalmente as mais novas. Gosto de estar à disposição, ajudar e incentivar quem entra, fazer todas se sentirem bem”, diz.

O interesse de Duda pelo futebol vem quase de berço. Desde os cinco anos, o pai a levava para assistir a jogos e, aos nove, já frequentava uma escolhinha de futebol, onde aprendeu o bê-á-bá do futsal. Depois, ficou alguns anos praticando somente nas aulas de educação física até entrar para o IFSul/câmpus Pelotas.

“Estava em uma aula de educação física no IFSul e olhei para o quadro de informações. Vi que tinham times de vários esportes, aí fui direto falar com o professor que na época treinava a equipe de futsal. Na outra semana eu já estava treinando”, conta.

Aluna do curso técnico em edificações, Duda faz questão de elogiar a campanha do time de futsal feminino do câmpus Pelotas nos Jepel deste ano e a união do grupo.

“Acredito que nossa participação foi muito boa, o grupo se ajudou muito, e creio que merecíamos mais, mas valeu a aprendizagem, o envolvimento e as amizades que vão se construindo, tanto em treinamentos quanto nos campeonatos”, comenta.

Ela é fã de Javier Zanetti, lateral-direito aposentado que se destacou na Inter de Milão e na seleção argentina, por uma simples razão: “ele foi capitão e grande líder. Me inspiro muito nele pela habilidade, liderança e garra em campo”, explica a estudante, que ainda não decidiu se quer seguir engenharia civil, arquitetura ou educação física.

“Ainda tem mais alguns anos para tomar essa decisão”, brinca a líder do time de futsal feminino, que vem fazendo bonito em quadra com a sua grande capacidade de marcação, chute potente e infiltrações como elemento surpresa em escanteios e jogadas ensaiadas.

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