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Videoaulas sobre matemática são selecionadas em festival de vídeos digitais
TORCIDA
No câmpus Pelotas, videoaulas sobre matemática produzidas por duas turmas de cursos técnicos integrados estão dando o que falar. Elas foram inscritas na 5ª edição do Festival de Vídeos Digitais e Educação Matemática e selecionadas na primeira etapa do evento, na categoria Ensino Médio. Paralelamente, disputam, também, uma premiação pelo júri popular, cujo vencedor será aquele que receber mais curtidas no YouTube até o dia 11 de agosto.
Ao todo, o câmpus Pelotas concorre com sete vídeos na categoria Ensino Médio. As videoaulas foram elaboradas por duas turmas - uma de eletrônica e outra de química - que cursam a disciplina Matemática 3, ofertada dentro do bloco 1 das Atividades Pedagógicas Não Presenciais (APNPs). Os estudantes tinham que escolher alguns dos conteúdos trabalhados, como funções e equações exponenciais; funções e equações logarítmicas; e progressões geométricas e aritméticas, para, em seguida, dar forma ao projeto audiovisual.
“Independentemente do conteúdo escolhido, os alunos teriam de fazer um recorte desse conteúdo. Combinamos que toda a videoaula teria de ter uma problematização, uma contextualização, não simplesmente expor o conteúdo teórico e nem simplesmente resolver um exercício. Mas que tivesse uma contextualização para inserir. Então, a partir de um problema inicial, era necessário que os alunos entendessem aquele conteúdo e que, com o conhecimento adquirido, fossem capazes de resolver o problema”, explica a professora de matemática do câmpus Pelotas Graça Peraça, responsável por lançar o desafio às turmas.
Conforme a docente, nas duas turmas, foram produzidas 24 videoaulas, com tempo de duração entre quatro e seis minutos cada uma. Dessas, foram selecionadas sete para o festival, de acordo com os critérios avaliativos apresentados previamente aos alunos. Para realizar a tarefa, os estudantes não passaram por nenhum tipo de capacitação. Tudo foi produzido a partir de exemplos de diferentes tipos de vídeos exibidos pela professora durante as aulas online de Matemática 3.
A boa notícia veio logo em seguida. As sete videoaulas escolhidas pela professora Graça foram inscritas e, também, selecionadas pelo 5º Festival de Vídeos Digitais e Educação Matemática. O evento é uma iniciativa do projeto “Vídeos Digitais na Licenciatura em Matemática a Distância”, coordenado pelo professor Marcelo de Carvalho Borba, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Rio Claro (SP), e conta com o apoio da Sociedade Brasileira de Educação Matemática (SBEM) e da agência de fomento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
Enquanto aguardam a decisão do júri especializado para ver se avançam à segunda etapa do festival, os alunos do câmpus Pelotas esperam contar com o apoio dos internautas para faturar o prêmio do júri popular. Quem quiser ajudá-los nesta missão basta clicar nos vídeos abaixo e deixar um like. A premiação se dará pelo número de curtidas por categorias no YouTube, até as 23h59min do dia 11 de agosto. Os vencedores serão divulgados em uma cerimônia prevista para ocorrer nos dias 12 e 13 de agosto, em Natal (RN).
Confira os vídeos do câmpus Pelotas que concorrem no júri popular:
Funções exponenciais e datação por carbono
Financiamento - juros compostos
Cantando matemática III em: progressão geométrica
Funções exponenciais e valorização de imóveis
Progressão aritmética no cotidiano
Origem
Segundo a professora Graça Peraça, a proposta de trabalhar com videoaulas voltadas à matemática surgiu em 2015. Na época, ela e o professor Rafael Montoito colocaram em prática a ideia a partir de produções que abordavam geometria analítica, como aulas de reforço para alunos das engenharias do câmpus Pelotas.
“No início, eu e o professor Rafael produzíamos as videoaulas. Depois, eu comecei a propor aos meus alunos, como uma experiência inicial, que eles próprios passassem a produzir estes materiais a partir dos conteúdos abordados. A produção estudantil de videoaulas foi colocada em prática pela primeira vez em 2018”, recorda.
Pedagogicamente, Graça avalia que a produção de videoaulas pelos próprios alunos é um sucesso.
“É uma avaliação continuada. É um processo que envolve estudar o conteúdo escolhido, fazer o recorte, definir a problematização e trabalhar a narrativa a ser utilizada no vídeo. Isso tudo pressupõe envolvimento com o projeto, criatividade e o desenvolvimento de habilidades e ferramentas tecnológicas. Existe uma troca de conhecimentos muito grande entre professor e aluno”, destaca.
A ideia deu tão certo que a professora pensa até em estender a proposta para outras turmas. Por enquanto, Graça pretende se aprofundar ainda mais no assunto. Para isso, vai trabalhar o tema em seu projeto de tese que será desenvolvido no doutorado profissional em educação e tecnologia do IFSul/câmpus Pelotas, no qual ingressou recentemente.
“Minha tese tem relação com as narrativas utilizadas nas videoaulas produzidas por estudantes e por isso o interesse por essa prática pedagógica”, finaliza.